O rastreio HPV permite identificar lesões no colo do útero com potencial de progressão para cancro. Descubra o que é, como é feito o rastreio e porque é importante.
Em Portugal, as estimativas apontam que a prevalência da infeção por HPV em mulheres jovens que já iniciaram a atividade sexual varia entre 40 e 80%, sendo a probabilidade de infetar-se ao longo da vida de 80 a 90%. Uma vez adquirida, há dois cenários possíveis: a infeção pode resolver-se espontaneamente, sem sintomas clínicos ou pode persistir durante 2 anos, altura em que a evolução para cancro do colo do útero é muito elevada. Por isso, o rastreio HPV é da maior importância para detetar o vírus o mais cedo possível e salvar vidas. Descubra em que consiste este rastreio e como é feito.
HPV o que é?
O HPV é a sigla em inglês para Vírus do Papiloma Humano, e designa uma das infeções sexualmente transmissíveis mais comuns do mundo. Este vírus infeta a pele e as mucosas, podendo provocar verrugas ou lesões na boca, garganta, trato genital e urinário, região anal, pés e mãos. Transmite-se facilmente por contato humano físico, quase sempre por via sexual, seja vaginal, anal, oral ou masturbatória, sem necessidade de comportamentos de risco associados.
Há mais de 120 tipos de HPV, estando divididos em grupos de baixo e alto risco. Os vírus pertencentes ao primeiro grupo são, em regra, naturalmente eliminados do organismo pelo sistema imunitário. Na maior parte dos casos não apresentam qualquer sintomatologia, o que significa que as pessoas infetadas podem estar a produzir e transmitir o vírus, sem que o saibam. Os vírus pertencentes ao segundo grupo têm o potencial de causar lesões e doenças graves. O HPV é responsável por cancros do colo do útero, do ânus, da vagina, do pénis, da vulva e a esmagadora maioria das verrugas nos genitais.
HPV sintomas: Quais os mais frequentes
Ainda que a maior parte das infeções sejam assintomáticas, a doença pode, em alguns casos, apresentar alguns sinais, sobretudo em indivíduos com o sistema imunitário mais fragilizado. Os sintomas podem surgir entre 6 meses e 2 anos depois de a infeção se instalar.
O sintoma principal da infeção por HPV é a presença de verrugas que, quer pelo seu tamanho reduzido, quer por se localizarem em partes internas do corpo, podem não ser visíveis. Por exemplo, as lesões na vagina e no colo de útero só podem ser localizadas através de exames médicos.
As verrugas podem ser únicas, múltiplas, dolorosas ou provocar prurido. Quando se situam na face, o paciente poderá também sentir rouquidão, alteração da voz e até dificuldade em respirar, apesar de este ser um quadro menos comum.
O que é o rastreio HPV?
O rastreio HPV é um exame médico que visa detetar a presença do vírus HPV no organismo humano. Permite identificar os casos de risco, principalmente no caso de cancro do colo do útero, abrindo caminho à identificação e tratamento das lesões. Em Portugal, as recomendações médicas apontam para que o rastreio HPV seja realizado aos 25 anos de idade, ou 3 anos após o início da atividade sexual. Se a mulher não apresentar histórico de qualquer doença do colo do útero, o rastreio HPV deve ser repetido de 5 em 5 anos, e pode deixar de ser feito entre os 65 e 70 anos.
Como é feito o rastreio ou teste HPV?
O rastreio ou teste HPV é um procedimento simples e indolor para a maioria das mulheres, embora algumas o considerem desagradável. Durante a observação ginecológica, o médico recolhe uma amostra de células do colo do útero, com o auxílio de um espéculo. A amostra é posteriormente analisada em laboratório para detetar a presença de células atípicas.
Quando o resultado é positivo, pode haver o risco de progressão para cancro sem vigilância ou tratamento adequado. O Médico Ginecologia deve avaliar o quadro clínico e, em conformidade com a alteração detetada, propor uma via de tratamento. Poderá ser necessário repetir o teste ou realizar outros exames complementares, como colposcopia ou biópsia. Quando o resultado é negativo, exclui-se a presença de displasias e pode ser alargada a frequência do rastreio.
Perguntas e respostas sobre o rastreio HPV
Damos de seguida resposta a algumas das dúvidas mais frequentes relacionadas com o rastreio HPV.
Quais os cuidados a ter antes de fazer o rastreio HPV?
O rastreio HPV não pode ser feito durante o período menstrual. Além disso, nas 48 horas que antecedem o rastreio, não deve usar espermicida, preservativo, diafragma gel lubrificante, entre outros, dado que podem comprometer o resultado do rastreio.
O HPV provoca doenças apenas em mulheres?
Não, o HPV provoca doenças em mulheres e homens. Cerca de 75% a 80% das pessoas sexualmente ativas têm contacto com o vírus, pelo que o risco de ser infetado é muito elevado, mesmo sem comportamentos de risco.
O HPV só se transmite através de relações sexuais com penetração?
Não, o HPV transmite-se através de qualquer tipo de contacto genital, pelo que também pode ser transmitido através do sexo oral. Além disso, o preservativo não oferece uma proteção completa, na medida em que não cobre a região genital na sua totalidade.
Existe cura para o HPV?
Atualmente, não existe uma forma de erradicar completamente a infeção por HPV. Contudo, existem alguns tratamentos para as doenças que decorrem do vírus, devidamente prescritos pelo Médico.
O que posso fazer para prevenir a infeção por HPV?
O rastreio HPV é uma das formas mais eficazes de combater o vírus, uma vez que permite a deteção atempada de uma possível infeção. Além disso, é importante tomar a vacina contra o HPV, recomendada no Plano Nacional de Saúde para raparigas e rapazes a partir dos 10 anos de idade. Esta vacina oferece uma proteção a mais de 90% dos cancros do colo do útero. Para além da vacinação e do rastreio, pode ainda diminuir o risco de ter infeção HPV reduzindo o número de parceiros sexuais e utilizando preservativo.
Se for vacinada, tenho de fazer na mesma o rastreio HPV?
Sim, é importante manter o rastreio mesmo se estiver vacinada.
Se já tiver sido infetada, posso continuar a tomar a vacina?
Sim, deve continuar a tomar a vacina, para prevenir a reinfeção ou a reativação da lesão.
A Joaquim Chaves Saúde no rastreio HPV
Existem no mercado mais de 250 técnicas e kits comerciais para o rastreio de HPV, mas apenas duas estão aprovadas pela Food and Drug Administration (FDA) para rastreio de cancro do colo do útero com deteção exclusiva do Papilomavírus. Os Laboratórios da Joaquim Chaves Saúde disponibilizam uma dessas técnicas, validada clinicamente: o teste HPV Cobas 8800, da Roche, para rastreio e a genotipagem completa.
Esta técnica de rastreio faz parte de múltiplas linhas de orientação internacionais e produz resultados, no máximo, ao fim de uma semana. Agende uma consulta de Ginecologia para para responder a todas as dúvidas e contar com uma equipa multidisciplinar especializada e experiente. A Consulta de Ginecologia está disponível no Centro Médico de Moscavide, na Clínica Cirúrgica de Carcavelos, na Clínica de Cascais, na Clínica de Entrecampos, na Clínica de Faro, na Clínica de Miraflores e na Clínica de Sintra. Não adie mais a sua saúde e marque a sua consulta.