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Doença de Parkinson
A Doença de Parkinson (D.P.) foi descrita em 1817, como “Paralisia Agitante”, pelo Dr. James Parkinson. Na descrição original, a D.P. aparece como “Paralisia Agitante”, com os aspetos mais marcantes da doença resumidos: por um lado a limitação ou falta de movimento ou “paralisia”, por outro o tremor “agitante”. Viria a ficar com o nome que assinou esta primeira descrição.
A D. P. afeta mundialmente cerca de 2 a cada 1000 pessoas. Em Portugal estima-se que existam mais de 13 mil doentes. Surge em geral após os 60 anos mas pode, raramente, atingir pessoas em idades mais jovens.
É designada como doença degenerativa do Sistema Nervoso Central, sendo as suas manifestações clínicas causadas sobretudo pela perda de neurónios que produzem um neurotransmissor (dopamina). Na esmagadora maioria das situações a razão desta perda de neurónios é desconhecida. Raramente existe uma alteração genética que está na origem deste processo de morte neuronal antecipada.
A dificuldade no movimento determina os sintomas principais da doença, nomeadamente, lentidão nos movimentos em geral, diminuição da expressão do rosto, diminuição na frequência do pestanejar, tom de voz mais baixo, lentidão no caminhar e dificuldade no equilíbrio.
O tremor é tipicamente lento, atinge primeiro e de modo mais acentuado e assimétrico um dos lados do corpo e surge quando em repouso, desaparecendo ou atenuando-se quando são realizados movimentos. Este sintoma pode não surgir em cerca de 1/4 dos doentes.
Para além da dificuldade no movimento e do tremor a D. P. manifesta-se ainda por perturbações durante o sono, depressão, prisão de ventre e redução no olfato. Com a evolução da doença podem ainda surgir alterações do comportamento e alterações cognitivas, entre outras.
O diagnóstico nem sempre é fácil. Frequentemente esta patologia pode ser inicialmente confundida com problemas de coluna, com as alterações associadas ao envelhecimento ou mesmo com depressão. O diagnóstico é então feito com base nas manifestações clínicas e na observação física e neurológica. Está definido um conjunto de critérios, que inclui os sintomas e as alterações encontradas na observação, que permitem fazer o diagnóstico com exatidão.
Apesar de não existir nenhum tratamento que cure ou que impeça a progressão da D.P. existem numerosas alternativas medicamentosas que permitem melhorar muito os sintomas e manter os doentes, durante tempo variável, com uma boa qualidade de vida.
Em algumas situações, está indicada a cirurgia. Esta alternativa terapêutica também não é curativa mas sim sintomática. Está reservada para situações de doentes em que a resposta aos medicamentos já não é suficiente e só após rigorosa avaliação. Nestes casos, é colocado um dispositivo numa zona precisa do cérebro. A sua ativação permite estimular essa zona com consequente melhoria da função motora, e que permite recuperar qualidade de vida e autonomia.
Apesar do caracter degenerativo, progressivo e incurável, a D. P. não determina diretamente a morte. Com as terapêuticas disponíveis atualmente os doentes com esta condição, na maior parte dos casos, podem manter uma relativa qualidade de vida e autonomia durante muitos anos.