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Hepatite A
É um vírus RNA, da família Picornaviridae, que ocorre endemicamente em todas as zonas do globo, mas com maior incidência em países em vias de desenvolvimento onde a rede sanitária é mais escassa.
Quase 100% das crianças têm contacto com o vírus antes dos 9 anos de idade, sendo que a maioria dos casos são assintomáticos. A transmissão faz-se preferencialmente por via oro-fecal através de fezes que pode incluir via sexual, ou através de alimentos infetados. A infeção por HAV confere proteção para toda vida.
O curso da doença é muito variável, a grande maioria dos doentes não apresenta sintomas, no entanto alguns deles podem apresentar formas sintomáticas como icterícia e uma pequena percentagem especialmente em idades mais avançadas podem desenvolver uma hepatite fulminante potencialmente fatal. A hepatite A nunca evolui para a cronicidade, a sua deteção só pode ser efetuada por testes no sangue.
Nos países desenvolvidos e com boa rede sanitária a hepatite A, tirando casos bastante esporádicos, normalmente importados dos países em vias de desenvolvimento não era caso para grande preocupação. No entanto desde 2016 está a verificar-se na Holanda um surto assinalável com dezenas de infetados nomeadamente na comunidade gay. O surto tem-se alastrado a outros países, Alemanha, Itália Espanha e finalmente nas últimas semanas em Portugal o que levou a um alerta das autoridades da saúde nomeadamente da DGS. Em Portugal o perfil não se revela muito diferente atingindo principalmente a comunidade gay. Admite-se que práticas sexuais como o chemsex (sexo químico) em que são utilizadas drogas como a mefedrona e cristais de anfetamina com o objetivo de aumentar a performance sexual, podendo levar os utilizadores a estarem acordados entre 48 a 72 horas, aumente substancialmente o tempo de exposição ao vírus no caso de haver parceiros infetados.
Todos os doentes em risco de desenvolver hepatite A devem ser vacinados, nomeadamente os viajantes para zonas endémicas (África, Ásia, América Central e Sul, Medio Oriente e zonas da Europa de Leste),doentes imunosuprimidos, hemofílicos ou outros recetores de derivados do plasma, toxidependentes e trabalhadores da área da saúde nomeadamente em laboratórios. Nesta fase crítica todos aqueles que utilizam práticas sexuais de risco devem vacinar-se.
O tratamento é apenas de suporte e só se deve tratar as complicações. A transplantação hepática é a opção mais correta para a hepatite fulminante.