Comem-se quentes e são mesmo muito boas, até nutricionalmente!

Apresentam um valor calórico aproximado de 200kcal por cada 100g (superior ao da batata), sendo constituída por 40% de Hidratos de Carbono, 3% de Proteínas e 2% de Lípidos [1].

Os Hidratos de Carbono presentes são, na sua maioria, polissacáridos (como o amido) que têm a vantagem de serem de absorção lenta, o que evita a subida rápida da glucose no sangue [1]. No entanto, é importante salientar que indivíduos diabéticos não devem consumir em excesso.

São também uma excelente fonte de fibra que, para além de essenciais para o normal funcionamento do nosso sistema digestivo, aumentam o volume do conteúdo gástrico e retardam o seu esvaziamento, conferindo assim uma maior sensação de saciedade, o que faz com que uma pequena quantidade de castanhas seja suficiente para o deixar satisfeito.

A castanha, mesmo não sendo considerada um alimento de elevado teor proteico, tem a vantagem de, na sua composição proteica, não conter glúten [2]. Assim, torna possível que doentes celíacos – indivíduos com maior predisposição genética a uma reação alérgica ao glúten com manifestações intestinais - a possam ingerir.

No que respeita à gordura, a castanha é dos frutos secos com menor teor de gordura, beneficiando ainda do facto de ser isenta de colesterol e rica em ácidos gordos polinsaturados que, por sua vez, têm um papel importante em diversos processos fisiológicos, diminuindo o risco de doenças cardiovasculares [3].

Entre os minerais e vitaminas presentes na castanha, destacam-se o Potássio, com um papel muito importante no bom funcionamento das células, nervos e músculos; o Ferro, que é fundamental na síntese de hemoglobina (transportador de oxigénio a todo o corpo); a Vitamina C e as Vitaminas do Complexo B [4].

Atendendo à emergente preocupação com a alimentação, nomeadamente com a composição dos alimentos e os seus efeitos na saúde, é importante esclarecer que a castanha é um fruto seco com características nutricionais interessante com efeitos benéficos na saúde humana, que pode e deve ser parte integrante da nossa alimentação desde que, em quantidades moderadas.

BIBLIOGRAFIA:

[1] Souci, S.W., Fachmann, W. e Kraut, H. 1994. Food Composition and Nutrition Tables. 5th edn.

Medpharme Scientific Publishers: Stuttgart.

[2] Vasconcelos, M.C.; Bennett, R.N.; Rosa, E.A. e Ferreira Cardoso, J.V. 2007. Primary and

secondary metabolite composition of kernels from three cultivars of Portuguese

chestnut (Castanea sativa Mill.) at different stages of industrial transformation J. Agric.

Food Chem. 55: 3508‐3516.

[3] Borges, O., Gonçalves, B., Soeiro de Carvalho, J.L., Correia, P., Silva, A.P. 2008. Nutritional

composition of chestnut cultivars from Portugal. Food Chemistry 106: 976‐984.

[4] ANA PAULA SILVA (Coordenadora Científica). Vários Autores. 2008. Castanha – Um Fruto Saudável.

Projecto Agro 939, ISBN: 978-972-669-850-0, Vila Real, 135 pp.