Coxartrose: o que é, sintomas e tratamento

A artrose da anca (ou coxartrose) sintomática tem uma incidência de 88 por 100 mil habitantes por ano e é mais frequente nos homens até aos 45 anos e nas mulheres após esta idade. Afeta profundamente a qualidade de vida dos pacientes e pode ser incapacitante. Descubra o que é, quais os sintomas aos quais deve estar atento e como tratar.

O que é a artrose da anca ou coxartrose?

A artrose da anca, também denominada coxartrose, é uma doença degenerativa, crónica e irreversível da cartilagem da anca. A cartilagem que reveste a superfície óssea na articulação da anca desgasta-se gradualmente, conduzindo ao atrito entre os ossos, dor e inflamação. Com o tempo, a articulação pode ficar rígida e deformada.

Esta doença é mais comum em pessoas mais velhas, mas também pode ocorrer em pessoas mais jovens, especialmente aquelas com história de lesões articulares, problemas estruturais ou doenças inflamatórias.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico da artrose da anca é apoiado nos seguintes métodos:

História clínica

O médico fará uma série de perguntas para compreender os sintomas do paciente, incluindo a localização, duração e intensidade da dor, bem como a presença de rigidez e limitação dos movimentos da anca.

Observação médica

Durante a consulta, o médico avalia a amplitude de movimento da anca, procura sinais de inflamação na região e realiza testes específicos para determinar a estabilidade e a função da articulação.

Exames complementares de diagnóstico

O médico poderá solicitar alguns exames complementares. A radiografia é, muitas vezes, suficiente para confirmar o diagnóstico, sendo que a ressonância magnética pode fornecer imagens mais detalhadas para ajudar no diagnóstico diferencial. Em alguns casos, a tomografia computorizada pode ser útil para completar a avaliação das estruturas ósseas.

Em que consiste o tratamento da coxartrose?

O tratamento da coxartrose tem como objetivo aliviar a dor, melhorar a função articular e retardar a progressão da doença. O plano de tratamento pode variar, dependendo da gravidade dos sintomas, do impacto na qualidade de vida do paciente e de outros fatores individuais. As opções mais comuns incluem:

Alterações do estilo de vida

Perda de peso - perder peso ajuda a reduzir a carga na articulação da anca, aliviando a dor e diminuindo a progressão da coxartrose. Uma combinação de dieta saudável e exercício físico pode ser indicada para alcançar e manter um peso corporal adequado. Isto é especialmente importante em pacientes com excesso de peso ou obesidade.

Reforço muscular - exercícios específicos e técnicas de Fisioterapia podem ajudar a fortalecer os músculos ao redor da articulação da anca, melhorar a estabilidade e aumentar a flexibilidade. Além disso, alguns exercícios de alongamento e técnicas de mobilidade melhoram a flexibilidade, aliviam a rigidez e aumentam a amplitude de movimento.

Medicação

Os medicamos analgésicos podem ajudar a aliviar a dor leve a moderada e os anti-inflamatórios não esteroides podem ser prescritos para combater a inflamação. Qualquer medicação deve ser sempre prescrita e acompanhada pelo médico, e nunca tomada por iniciativa própria.

Outra possibilidade de tratamento são as injeções intra-articulares. Estas podem ser recomendadas em estádios precoces da coxartrose sintomática. Existem várias opções, sendo as mais frequentes a injeção com corticite (anti-inflamatório), viscosuplementação com ácido hialurónico ou injeção com PRPs (fatores de crescimento).

Cirurgia

A cirurgia é reservada para as fases mais avançadas da doença, quando os tratamentos conservadores não funcionam. A solução definitiva denomina-se artroplastia total da anca (prótese total da anca), sendo esta das cirurgias com maior taxa de sucesso em toda a Medicina. O principal objetivo da cirurgia é resolver as queixas de dor e devolver qualidade de vida ao paciente. Este procedimento consiste na substituição da articulação por uma prótese constituída por metal, polietileno ou cerâmica. Deve haver acompanhamento em Fisioterapia, logo após a cirurgia, e é expectável que seja necessário recorrer ao apoio de canadianas durante 1 a 2 semanas, dependendo do caso, com ganho de autonomia dia após dia. A recuperação total é esperada ao fim de 2 a 3 meses.