Displasia da anca: o que é, sinais, diagnóstico e tratamento

Saiba o que é a displasia da anca, quais os sinais de alerta e como é feito o diagnóstico e tratamento.

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displasia da anca

Estima-se que 1 em cada 1000 bebés nasça com displasia da anca. Muitas formas mais ligeiras desta condição podem passar despercebidas no início.

Se não for diagnosticada e tratada atempadamente, a displasia da anca pode resultar em dores nas ancas, dificuldades na marcha e até desgaste precoce da articulação, como o aparecimento de artrose.

Neste artigo, explicamos o que é a displasia da anca, como pode ser identificada em bebés, crianças e adultos, quais os diferentes graus da displasia da anca, como se faz o diagnóstico e quais são as abordagens de tratamento mais atuais.

 

O que é a displasia da anca?

A displasia da anca, também chamada displasia do desenvolvimento da anca, é uma alteração na formação da articulação entre a cabeça do fémur e o acetábulo, a cavidade da bacia onde o fémur se encaixa. Esta malformação faz com que o encaixe da articulação seja instável, comprometendo o movimento natural e a estabilidade da articulação.

A condição pode ter diferentes níveis de gravidade, desde um ligeiro desalinhamento até à luxação completa da articulação. Quando detetada precocemente nos bebés, é possível tratá-la com sucesso e, em muitos casos, reverter a situação. Nos adultos, se não for corrigida, pode levar a dores incapacitantes, limitação da mobilidade e desenvolvimento precoce de artrose.


Quais os sinais de displasia da anca?

Os sintomas de displasia da anca podem variar de acordo com a idade. Em bebés, a condição é geralmente assintomática e detetada apenas através de exames de rotina. Já em adultos, pode manifestar-se de forma mais subtil, como dor ou limitação de movimentos. Estes são os principais sinais e sintomas da displasia da anca:

  • Assimetria nos movimentos das pernas

  • Pregas glúteas assimétricas

  • Estalidos ao movimentar as pernas

  • Diferença no comprimento das pernas

  • Atraso ou alteração na marcha (em crianças)

  • Dor nas ancas, virilha ou joelho

Quais os fatores de risco para displasia da anca?

A displasia da anca pode estar associada a vários fatores de risco, alguns relacionados com o desenvolvimento fetal e outros com características genéticas ou posicionais.

Sexo feminino 

As meninas têm um risco significativamente maior de desenvolver displasia da anca, sendo entre quatro a seis vezes mais afetadas do que os meninos. Esta predisposição pode estar relacionada com os efeitos hormonais durante a gravidez, que influenciam mais frequentemente o tecido conjuntivo feminino.

Histórico familiar de displasia até 2º grau

Existe uma forte componente genética na displasia da anca. Ter um familiar até 2º grau com este diagnóstico (pais, irmãos e tios) aumenta significativamente o risco. Nestes casos, o acompanhamento deve ser feito com maior atenção desde o nascimento.

Primeira gravidez

Em gestações de primeira viagem, o útero tende a estar mais apertado, o que pode limitar os movimentos do feto. Essa limitação pode favorecer alterações no desenvolvimento da anca.

Oligohidrâmnios (pouco líquido amniótico)

A redução do líquido amniótico limita o espaço para o movimento fetal no útero. Esta restrição pode interferir no desenvolvimento da articulação da anca, aumentando o risco de desalinhamento ou luxação.

Apresentação pélvica no 3º trimestre de gravidez

Bebés que no último trimestre estejam de nádegas (apresentação pélvica), apresentam um maior risco de displasia da anca, devido à posição desfavorável da articulação durante o desenvolvimento intrauterino.

Baixo peso ao nascer

Os bebés com baixo peso ao nascer têm maior risco de displasia da anca, pois a fragilidade ou imaturidade do tecido conjuntivo e a menor movimentação intrauterina podem dificultar o posicionamento correto da cabeça do fémur.

Como é feito o diagnóstico da displasia da anca?

O diagnóstico da displasia da anca varia consoante a idade do paciente e o grau de suspeita clínica. Nos bebés, o rastreio é feito rotineiramente nas consultas de pediatria. Já em adultos, o diagnóstico deve ser realizado por um Ortopedista.

Exame físico

Logo após o nascimento e nas consultas de seguimento, o médico avalia a estabilidade da anca através do teste de Ortolani, que ajuda a identificar sinais de deslocação ou instabilidade.

Ecografia da anca

Até aos seis meses de idade, a ecografia é o exame mais indicado. Permite visualizar a articulação antes da ossificação e avaliar com precisão a sua forma e posicionamento. É um exame seguro, indolor e não invasivo.

Radiografia

A partir dos seis meses, quando a cabeça do fémur começa a ossificar, a radiografia passa a ser mais útil para avaliar a profundidade do acetábulo e o alinhamento da articulação.

Ressonância magnética / TAC

Em adolescentes e adultos com sintomas persistentes ou complexos, pode ser necessário recorrer à ressonância magnética ou à tomografia computorizada (TAC). Estes exames permitem uma avaliação detalhada da articulação e são fundamentais para o planeamento de eventuais cirurgias corretivas.

 

Graus de displasia da anca

A classificação da displasia da anca baseia-se na posição da cabeça do fémur e no grau de instabilidade da articulação:

  • Displasia leve: o acetábulo é pouco profundo, mas a cabeça do fémur mantém-se encaixada na cavidade.

  • Subluxação: a cabeça do fémur está parcialmente fora da cavidade, o que pode comprometer a estabilidade da anca.

  • Luxação: o fémur encontra-se completamente fora do acetábulo (cavidade da bacia onde o fémur se encaixa).

  • Displasia residual: mesmo após tratamento, a articulação permanece alterada e pode necessitar de vigilância ao longo da vida.

Qual o tratamento para displasia da anca?

O tratamento da displasia da anca varia consoante a idade, o grau da condição e a resposta à terapêutica inicial. O principal objetivo é garantir o correto posicionamento da cabeça do fémur e promover o desenvolvimento saudável da articulação, evitando complicações a longo prazo.

  • Arnês de Pavlik (bebés até 6 meses)

  • Gesso pelvipodálico (6 a 18 meses)

  • Cirurgia (a partir dos 18 meses ou em adultos)

  • Fisioterapia e reabilitação

O que acontece se a displasia da anca não for tratada?

Quando a displasia da anca não é diagnosticada nem tratada a tempo, podem surgir complicações, como por exemplo:

  • Dor crónica na anca ou virilha;

  • Claudicação (mancar);

  • Desgaste precoce da articulação (artrose);

  • Limitação funcional na marcha e perda de mobilidade;

  • Desigualdade no comprimento das pernas;

  • Necessidade de prótese da anca.

O tratamento da displasia da anca na Joaquim Chaves Saúde

Na Joaquim Chaves Saúde encontra uma equipa médica experiente e altamente qualificada no diagnóstico e tratamento da displasia da anca, tanto em bebés como em adultos. Com recurso a tecnologia avançada e protocolos de referência, é possível realizar um acompanhamento personalizado, desde o rastreio inicial até ao tratamento especializado. Marque já a sua consulta e dê o primeiro passo para recuperar a sua qualidade de vida.

Equipa clínica

Temos uma equipa de médicos e profissionais de saúde, especialista em diversas áreas, disponível para lhe dar o acompanhamento de que necessita.

Pedro Jordão
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Especialidade/Serviço
Ortopedia
Principais áreas de diferenciação
Ortopedia infantil , Traumatologia infantil (pé plano, deformidades dos membros, dismetria, displasia da anca) , Traumatologia desportiva , Patologia pé e tornozelo (instabilidade ligamentar, entorses, lesões osteocondrais, artrodese pé/tornozelo, hallux valgus/rigiduz, metatarsalgias, neuroma Morton)
Unidades de Saúde
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Principais áreas de diferenciação
Coluna: Cirurgia minimamente invasiva; radiofrequência sob anestesia local, hérnia discal cervical, lombar, canal estreito, escolioses; espondilolisteses , fraturas vertebrais de alta energia e osteoporóticas, lesões vertebrais infeciosas e tumorais, entre outras, Traumatologia: lesões traumáticas ósseas e/ou partes moles. Cirurgia protésica. Ortopedia e Traumatologia infantil
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