Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC): tudo sobre

Sabia que o transtorno obsessivo compulsivo (TOC) é uma pertubação mental crónica? Conheça os seus sintomas e tratamentos.

O que é a Perturbação Obsessivo-Compulsiva (POC)?

A perturbação obsessivo-compulsiva (POC) é uma perturbação mental crónica, caracterizada pela presença de pensamentos obsessivos e comportamentos compulsivos, persistentes, recorrentes e indesejados. Os pensamentos obsessivos provocam ansiedade intensa, enquanto os comportamentos compulsivos têm como objetivo neutralizar temporariamente essa ansiedade, promovendo assim um círculo vicioso.

As obsessões e compulsões da perturbação obsessivo-compulsiva podem absorver muito tempo do indivíduo e interferir significativamente na sua rotina diária. Causam uma grande angústia e afetam todas as áreas de vida, como trabalho, escola, relações e saúde emocional. Alguns doentes reconhecem a irracionalidade dos seus pensamentos e comportamentos, mas não os conseguem controlar.

Estima-se que, em Portugal, a prevalência da perturbação obsessivo-compulsiva ronda os 4%, mas dada a dificuldade de diagnóstico, é possível que os números sejam superiores.


Quais são os sintomas da Perturbação Obsessivo-Compulsiva (POC)?

A perturbação obsessivo-compulsiva é uma doença muito heterogénea, apresentando diferentes subtipos de apresentação clínica, que poderão implicar mecanismos fisiopatológicos parcialmente distintos e, consequentemente, diferentes alvos terapêuticos. Os sintomas podem variar, quer na sua natureza, quer na gravidade, sendo os mais comuns os seguintes:

- Preocupações com contaminação. Medo excessivo de sujidade, germes, doenças ou contaminação são alguns dos sintomas mais comuns, levando a comportamentos de lavagem compulsiva.
- Obsessões de dúvida. Incerteza persistente e preocupação com a possibilidade de ter causado ou causar dano a si mesmo ou a outros fazem parte deste quadro clínico.
- Pensamentos agressivos ou violentos.
Os doentes sofrem com pensamentos indesejados de se ferir a si próprios ou a outras pessoas, muitas vezes causando ansiedade extrema.
- Necessidade de simetria ou exatidão.
A obsessão em manter objetos ou rituais numa ordem específica, muitas vezes relacionada com numeração ou simetria.
- Pensamentos religiosos ou morais indesejados.
As preocupações persistentes com a violação de crenças religiosas ou morais pessoais podem levar a comportamentos compulsivos, para evitar sentimentos de culpa.
- Medo de perder o controlo. Preocupação persistente de que algo terrível acontecerá, se não seguir certos rituais ou evitar situações específicas.
- Verificações compulsivas. Verificar repetidamente se as portas estão trancadas, se os aparelhos estão desligados ou se as tarefas foram realizadas corretamente são alguns comportamentos obsessivos.
- Repetição de palavras ou frases: Alguns dos afetados repetem, mentalmente ou em voz alta, palavras ou frases para neutralizar pensamentos obsessivos
- Acumulação compulsiva: Guardar objetos desnecessários ou sem valor, por vezes ao ponto de comprometer o espaço vital.

É importante lembrar que estes sintomas apenas configuram um diagnóstico de perturbação obsessivo-compulsiva quando comprometem a vida da pessoa, quer a nível individual, social ou profissional, e quando causam angústia e sofrimento, pelo período clinicamente determinado. Caso contrário, podem apenas ser variantes de uma personalidade saudável. Por isso, pessoas que têm “mania de limpeza” ou “mania de organização” podem apenas refletir a natural diversidade humana.

 

Quais são as principais causas da Perturbação Obsessivo-Compulsivo (POC)?

As causas da perturbação obsessivo-compulsiva não são ainda completamente conhecidas, mas a investigação sugere que seja o resultado de uma interação complexa entre fatores biológicos, genéticos, neurológicos, psicológicos e ambientais.

Fatores genéticos - Apesar de não estar identificado um gene específico responsável pela perturbação obsessivo-compulsiva, esta pode ter uma predisposição genética. Estudos de famílias e gémeos sugerem a existência de uma influência hereditária.

Fatores biológicos - Acredita-se que alterações nos neurotransmissores estão associadas ao desenvolvimento do o transtorno obsessivo- compulsivo (TOC). Por exemplo, uma produção anormal de serotonina pode constituir uma das desregulações neuroquímicas associadas a esta perturbação.

Fatores neurológicos - Estudos de imagem cerebral têm mostrado diferenças em certas áreas do cérebro de pessoas com perturbação obsessivo-compulsiva, especificamente as áreas envolvidas no processamento do medo, ansiedade e comportamentos repetitivos.

Fatores psicológicos - Eventos traumáticos ou de stress precoces podem estar na origem desta perturbação. Os comportamentos compulsivos podem também ser aprendidos como uma forma de lidar com a ansiedade ou prevenir eventos temidos, quer como resposta direta, quer por observação em outras pessoas.

Fatores ambientais - Crenças culturais e influências sociais também podem desempenhar um papel importante. Mudanças de vida, perdas ou traumas podem desencadear ou agravar os sintomas da perturbação obsessivo-compulsiva. Também infeções na infância (estreptocócicas) podem desencadear sintomas obsessivo-compulsivos, por reação cruzada de anticorpos antiestreptocócicos com neurónios dos gânglios basais.

 

Como é feito o diagnóstico da Perturbação Obsessivo-Compulsiva (POC)?

O diagnóstico da perturbação obsessivo-compulsiva (POC) é feito por um profissional de saúde mental, como um psiquiatra ou psicólogo. O processo de diagnóstico envolve uma avaliação cuidadosa dos sintomas, história clínica e experiências pessoais do indivíduo.

Num primeiro momento, o profissional de saúde mental conduzirá uma entrevista clínica detalhada, para conhecer a frequência e a gravidade dos sintomas, bem como os antecedentes pessoais e familiares de perturbações mentais. Em alguns casos, pode ser útil recorrer a questionários padronizados ou escalas de avaliação, para quantificar a gravidade dos sintomas e acompanhar a evolução ao longo do tempo.

O diagnóstico da perturbação obsessivo-compulsiva requer que os sintomas ocorram de forma contínua, durante um período mínimo de duas semanas, que causem angústia significativa e interfiram nas atividades diárias da pessoa.

 

Em que consiste o tratamento da Perturbação Obsessivo-Compulsiva (POC)?

Apesar de ser considerada uma perturbação mental crónica, o tratamento da perturbação obsessivo-compulsiva existe e é eficaz. É importante lembrar que o tratamento é altamente individualizado, pelo que uma abordagem eficaz para uma pessoa poderá não ser para outra. Muitas vezes, é necessário fazer uma abordagem terapêutica combinada para obter os melhores resultados. O plano de tratamento poderá incluir:

Psicoterapia
A intervenção psicoterapêutica mais comum para esta perturbação é a terapia cognitivo-comportamental, que envolve duas componentes principais. Em primeiro lugar, a pessoa é exposta às situações que desencadeiam os sintomas, de forma gradual e controlada, para que a ansiedade diminua gradualmente. Em segundo lugar, é elaborada uma reestruturação cognitiva, na qual os padrões de pensamento subjacentes ao transtorno obsessivo -compulsivo são identificados e reformulados.

Terapia farmacológica
Alguns medicamentos, como os inibidores seletivos da recaptação da serotonina, podem ser prescritos para ajudar a reduzir os sintomas. Cabe ao psiquiatra estabelecer o melhor plano farmacológico para cada caso e, uma vez prescrito, deve ser seguido sem interrupções para evitar recaídas (salvo indicação médica expressa nesse sentido).

Estimulação magnética transcraniana
A estimulação magnética transcraniana é uma nova técnica de tratamento, que pode ser um complemento ou alternativa eficaz em casos resistentes ao tratamento farmacológico. Envolve a utilização de campos magnéticos, para induzir correntes elétricas em áreas cerebrais específicas, com o objetivo de alterar a atividade neuronal. Os impulsos elétricos são ajustados à necessidade do doente, em intensidade e localização. Esta intervenção não provoca dor.

Terapias complementares
Algumas abordagens terapêuticas complementares, como mindfulness, podem ser úteis para melhorar a capacidade de lidar com a ansiedade e com os pensamentos obsessivos.

Apoio psicossocial
Ter um sistema de apoio sólido, seja de amigos, familiares ou grupos de apoio, é valioso para pessoas com perturbação obsessivo-compulsiva. Partilhar experiências e aprender com outras pessoas que enfrentam desafios semelhantes pode ser reconfortante e motivador.

 

Joaquim Chaves Saúde, tratamento para a Perturbação Obsessivo-Compulsiva (POC)

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