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Joaquim Chaves Saúde | Dr. Carvalho Rodrigues - A prática do exercício físico pode proteger da Covid-19?

03/03/2021

03/03/2021

Joaquim Chaves Saúde | Dr. Carvalho Rodrigues - A prática do exercício físico pode proteger da Covid-19?

Há muito tempo que é cientificamente reconhecido o facto do Exercício Físico ter um papel fundamental na manutenção de uma boa saúde mental e física da população.


Extensa literatura evidencia que o exercício físico controlado reforça o sistema imunitário, o metabolismo em geral e a saúde mental, podendo reduzir em 20-30% a incidência de doenças infeciosas do aparelho respiratório. Igualmente o aparelho cardiovascular beneficia daquela prática regular.  Aliás, a OMS e as comunidades Médica e Científica há muito que salientam que o comportamento sedentário e baixos índices de atividade física, poderão ter um impacto muito negativo, na saúde, bem-estar e qualidade de vida da população. 


Como exemplo, em Portugal, mais de uma em cada dez pessoas morre por ser pouco ativa fisicamente. Porém, as boas notícias indicam que a mortalidade diminui com o aumento do tempo de prática de atividade física diária.  


Pois bem, então e face à atual situação de pandemia à Covid-19, será que o exercício físico pode ser um fator de proteção? A convicção geral é que Sim… pode ser um fator de proteção! 


Neste sentido, a OMS lançou inclusivamente um guia com orientações para as pessoas se manterem ativas. O programa de exercício deve permitir acumular semanalmente 150 minutos de atividade moderada, 75 minutos de atividade intensa, ou uma combinação de ambos. No entanto, esta organização também alerta para o facto deste guia ser dirigido a pessoas sem sintomas ou diagnóstico de doença respiratória aguda, não devendo substituir o aconselhamento médico, na eventualidade de alguma condicionante clínica.


Por outro lado, sabe-se também que a infeção por SARS-CoV-2 afeta mais indivíduos em grupos de risco tais como obesidade, hipertensão, diabetes, problemas cardíacos e respiratórios, precisamente os fatores que a prática regular do exercício físico controlado há muito que combate, tal como acima ficou plasmado. Vale ainda a pena relembrar que quando nos exercitamos, o corpo produz substâncias anti-inflamatórias, e isso é crucial se levarmos em conta que pacientes graves de Covid-19 desenvolvem um processo inflamatório intenso. 


Sabe-se ainda que a prática de exercício físico eleva a produção da enzima superóxido dismutase (EcSOD) produzida pelos músculos e, associada à proteção do sistema cardio-respiratório, quando há uma baixa concentração aumenta o risco para doenças como pneumonia ou enfermidades crónicas respiratórias. 


Posto isto, os desafios que se colocam são saber como ajudar um grande grupo de pessoas que são fisicamente Ativos, mas não têm autonomia para organizar um programa de treino, seguro e eficaz ou, ainda, aquelas que basicamente são Inativas e para os quais a necessidade de aceder a um programa de treino devidamente adaptado e monitorizado, é condição para que o exercício seja efetivamente seguro. Resta uma minoria que são os fisicamente Ativos e autónomos, capazes de planear e gerir o seu próprio programa de treino. Ainda em relação ao grupo dos Inativos é aconselhável que, antes de iniciar o programa de treino, se faça uma aferição – Exame Médico Desportivo – para o início da prática de exercício, despistando eventuais condicionantes.


Nunca é demais recordar que um programa de treino equilibrado é obrigatoriamente composto por uma parte inicial de preparação para o treino – vulgo aquecimento –, uma parte estrutural e essencial do treino e, por fim, uma parte de retorno à calma – onde se incluem os exercícios de alongamento.


Ainda uma última referência ao facto de se dever evitar o uso de máscaras cirúrgicas durante o exercício. Isto porque além de poderem provocar alguma restrição inspiratória e de se molharem rapidamente quando se respira fundo, faz com que percam a capacidade de bloquear as gotículas.   


Como corolário e, sobretudo em tempo de pandemia, nunca é demais recomendar que deve manter um estilo de vida ativo e saudável, com uma alimentação diversificada e equilibrada, dormindo cerca de 7h/dia e cumprindo um programa de exercício físico regular controlado e de preferência devidamente monitorizado (a este propósito são muitas as opções que hoje se apresentam, nomeadamente aderir a um dos vários ginásios e health clubs que atualmente já oferecem prescrição e acompanhamento de treino).  


Por último, lembro que face ao inesperado e novidade desta pandemia ao coronavírus SARS-CoV-2, as opiniões da comunidade Científica Mundial vão mudando e, portanto, é lógico que estamos todos os dias a aprender. 


  

Bom treino a todos!!!


Dr. Carvalho Rodrigues, Médico de Medicina Desportiva da Clínica Europa

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